Thursday, September 4, 2008

Pica-Pau em Custóias - 20080802

Numa das últimas caminhadas dos Carolas o Grão-Mestre Alfredo Paiva, em conversa informal, embora eloquente, com alguns de nós, havia dissertado sobre um pequeno Café existente nas proximidades da sua humilde caverna e, nomeadamente, sobre uma célebre sangria que o proprietário desse mágico lugar sabia preparar... uma sangria que, segundo o Alfredo Paiva, não tinha nem igual, nem aproximada, em mais nenhum lugar de entre todos os que ele conhecia. E que devem ser muitos, como todos nós podemos calcular...
Como se tal não bastasse, o referido proprietário fazia acompanhar esse Néctar dos deuses, essa realíssima Ambrósia, de um conjunto variegado de petiscos de confecção esmerada e igualmente apetitosos...
Ora, um homem não é de ferro. E, com uma tal descrição, as papilas gustativas de todos quantos tiveram oportunidade de a ouvir, ainda que a seco, entraram numa laboração desenfreada. E só restou uma forma de aliviar tamanha agitação, ou seja, encostar o Alfredo Paiva à parede e colocar-lhe a questão sacramental: "Onde é que fica esse Café???"
Verdade seja dita. Todos nós sabemos que o nosso companheiro de caminhadas é uma pessoa reservada no que toca à passagem de determinado tipo de informações mas, desta vez, esta saltou como um tremoço.
Lá se combinou um dia que lhe conviesse e assim, no passado sábado, dia 2 de Agosto, após uma concentração prévia na Área de Serviço da Esso, na Estrada Exterior da Circunvalação, a seguir ao Office Center, lá se realizou um singelo Pica-Pau, no Café Custóias 2, em Custóias (quem diria?!...), num estival mas ameno final de tarde, por volta das 19H00.
Chegados ao local do crime, e feitas as apresentações (só alguns conheciam a sempre simpática e descontraída Ana Paiva, filha do Alfredo, e só estes, como é evidente, conheciam o proprietário do estabelecimento, o Sr. José), fomos confrontados com um paté de atum e marisco - a que o que é servido na Portugália, por exemplo e para citar um restaurante que penso ser do conhecimento geral, fica muito a dever - e umas tostinhas estaladiças tipo mini-grill, tudo regado pela célebre sangria de que tanto tínhamos ouvido falar, com muita fruta "a marinar", servida numas canecas de vidro trans-parente e que, agora, estava prestes a escorregar pelas nossas goelas abaixo.
Peguei na que me estava mais próxima e verti o precioso conteúdo para um copo. Levei o copo aos lábios. Bebi... Ah!... Que bem que escorregava...
Pensava eu, na minha ingenuidade, que as coisas iriam ficar por ali... No fundo, no fundo, e afinal de contas, a meta a que nos havíamos proposto era a sangria. Mas não! Vagueava eu entre estes e outros pensamentos quando vejo o Sr. José começar a trazer para a mesa uns pratinhos de carnes variadas, devidamente rugidas e/ou estufadas, onde pontificavam, entre outras, moelas, chouriços de várias qualidades, alheiras, carnes de bovino e de frango, etc., etc., etc., pratinhos esses que exalavam um cheirinho inebriante e que, ainda mesmo antes de serem esvaziados, eram prontamente reforçados com uma nova dose! Simplesmente delicioso!
Terminados os salgados, e quando já nada o fazia prever (pelo menos os nossos estômagos, a abarrotar, já não o previam...), "la pièce de résistance": O Sr. José vem ter connosco e pergunta se, para terminar, não queríamos uma fatiazinha de bolo de chocolate. Lá olhámos uns para os outros, mas parecia mal dizer que não (ah!, ah!, ah!) e lá arranjámos mais um cantinho para alojar uma fationa de um soberbo bolo de chocolate...
A alambazar-se com esta autêntica procissão de petiscos estiveram presentes o Alfredo Paiva, a filha Ana Paiva, a Mónica, a Madalena, a Rita, o Miguel, a Filipa, o Armando, a Patrícia, o Bernardo, a Arlete e o Nuno... Ah! É claro... E o Sr. José, inexcedídel em simpatia e boa vontade durante todo o tempo em que esteve a aturar-nos e sem o qual nada disto teria sido possível.
Por volta das vinte e duas e dez o pessoal, de barriguinha muito bem aconchegada, destroçou.
Perguntar-me-eis: "E de que é que estiveram a falar durante todo esse tempo? De caminhadas? De peripécias passadas? De projectos futuros? De assuntos de família? De assuntos de trabalho? Religião? Política? Etnografia? Esoterismo? A contar anedotas? A carpir mágoas?"
Não sei. Não quero lembrar-me! Talvez de tudo isso. Talvez de nada disso. Mas o que posso afirmar, sem sombra de dúvida, é que foram três horas das mais agradáveis e descontraídas que já passei em toda a minha vida.
Finalmente, e para documentar o ocorrência para a posteridade, cá vão as duas fotografias, sem qualquer tipo de edição ou montagem, que lá foram tiradas.
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